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Congonhas – Tragédia Anunciada: o que a série nos ensina sobre comunicação em tempos de crise

 

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Foto: Divulgação/Netflix

A série documental Congonhas – Tragédia Anunciada, recém-lançada pela Netflix, revisita uma das maiores tragédias aéreas da história do Brasil: o acidente com o voo TAM 3054, em 2007. Mais do que reconstituir os acontecimentos técnicos e políticos, a produção também nos oferece uma poderosa reflexão sobre o papel da comunicação — e os impactos devastadores da sua ausência ou má condução em momentos críticos.

 

Silêncio institucional: quando a ausência de comunicação gera ruído

Um dos pontos mais marcantes da série é o retrato da hesitação e do silêncio da empresa e de autoridades logo após o acidente. No vácuo de respostas oficiais, narrativas paralelas emergiram — algumas legítimas, outras especulativas. Para quem atua com PR, esse é um lembrete brutal de que, em tempos de crise, o silêncio não é neutro: ele é preenchido rapidamente por boatos, indignação e desinformação.

 

Falta de alinhamento entre porta-vozes

O documentário mostra como diferentes representantes do governo e da companhia aérea apresentaram versões desalinhadas, confundindo a opinião pública e intensificando a percepção de desorganização. Em gestão de crise, uma comunicação clara, coordenada e com mensagens unificadas é essencial para preservar a confiança.

 

Empatia como ferramenta de reputação

A dor das famílias e o luto coletivo foram evidentes desde o primeiro momento. No entanto, a comunicação institucional inicial falhou em demonstrar empatia. A série destaca como declarações frias, excessivamente técnicas ou defensivas podem ser percebidas como insensíveis — um erro que compromete a reputação de qualquer organização. A empatia, quando sincera, não apenas humaniza a marca, mas também pode ser um fator-chave na reconstrução da credibilidade.

 

O legado da tragédia para a comunicação corporativa

Quase duas décadas depois, Congonhas – Tragédia Anunciada não apenas documenta um desastre, mas também mostra como a comunicação — ou sua falha — pode influenciar o rumo da narrativa pública. O caso se tornou referência em cursos de gestão de crise e comunicação corporativa, reforçando que preparar um protocolo de resposta rápida, treinar porta-vozes e agir com transparência são ações que não podem ser deixadas para depois.

 

A série é mais do que uma retrospectiva, é um alerta: tragédias infelizmente acontecem, mas o modo como a as empresas se comunicam após um acontecimento dessa magnitude pode definir como a companhia será lembrada.